domingo, 22 de fevereiro de 2015

Andalucia Bike Race - Dia #1 "Cozido à Portuguesa"

Andalucía Bike Race – Dia #1 ou "Cozido à Portuguesa"
O dia começou bem cedo! Às 6 da manhã (5h em Portugal) toca o despertador, e às 6h20 já estávamos no pequeno-almoço. O habitual – fruta, pão, presunto, queijo fresco, café e iogurte.
Ás 7h45 saímos do quarto para prepararmos e verificarmos se estava tudo ok com as Scott. Ao contrário das equipas que trouxeram staff, nós tivemos que ir até ao local de partida de bicicleta, ou seja, fizemos um aquecimento de 7km. 
A partida estava (des)organizada por boxes. Primeira box para os elites masculinos, a segunda para as elites femininas, terceira para os masters A, quarta para nós, os masters B, e por ai adiante. Só que não havia comissários ou quem quer que fosse a controlar a entrada nas boxes. Uma falta de respeito irmos meia hora mais cedo, parados a apanhar frio para sermos dos primeiros a entrar na nossa box, e depois, perto da hora da partida virem alguns “chicos espertos” e entrarem nas boxes que não lhes correspondiam, mais à frente! Parece uma insignificância, mas só para terem uma ideia, do ponto onde estávamos, demorámos um minuto até cruzarmos a linha de partida, e mais de 500 atletas à nossa frente.
Deu-se o tiro de partida, com cerca de 10 minutos de atraso, e lá fomos nós tentar ultrapassar o máximo de equipas que conseguíssemos. Eu tenho alguma facilidade em saídas rápidas e passar pelo meio de muitos atletas. O meu colega José Rosa, é mais um motor a diesel, e precisa de quase uma hora para se sentir no total das suas capacidades. Utilizámos a mesma táctica que eu e o José Silva já tínhamos utilizado na Transalp 2011. Nos primeiros quilómetros tentava-me colocar o mais á frente possível, e depois o meu colega, mais forte em distâncias mais longas, num ritmo mais progressivo iria ao meu encalço. Assim não perdemos tempo à espera um do outro nos primeiros quilómetros. Claro que há sempre o risco de acontecer qualquer coisa ao meu colega durante os primeiros kms e eu não me aperceber. Terá sido o que aconteceu com a dupla nacional Ruben Almeida e Mário Costa. O Mário teve uma avaria aos 3km de prova e o Ruben só se apercebeu uns 10kms depois ☹
Já o disse, e volto a repetir que o objectivo desta nossa participação na Andalucia Bike Race é sobretudo para preparar a Absa Cape Epic. As minhas sensações e prestação física nas últimas duas semanas de treino não foram nada boas. Por outro lado o José Rosa tens estado fortíssimo e moralizado. As maratonas que já participou este ano, venceu-as todas!
Preciso de ritmo de competição! E estes 6 dias duros vêm mesmo a calhar. 
Mas logo nos primeiros quilómetros da etapa, apercebi-me que estava com facilidade na pedalada, e a minha respiração não tinha nada a ver com a dos treinos. Mas fiz a etapa sempre com receio de quebrar ou sentir cãibras na parte final.
Em relação ao Zé, sempre aquela máquina! Passada a primeira hora de prova em que ele sente mais dificuldade, parecia um trator! Fomos saltando de grupo em grupo, até deixarmos de ver dorsais amarelos (Masters-30), e verdes (masters-40). A partir do meio da etapa, já só víamos os dorsais dos prós e dos “putos” elites. Claro que isso deu-nos moral, e mesmo nunca arriscando muito nas descidas mais complicadas, chegámos à meta em primeiros da categoria master-40 com quase 10 minutos de avanço sobre a 2ª e 3ª equipa. Sinceramente fiquei espantado com a minha prestação.
Em relação ao Zé Rosa já sabia que ele ia estar forte. 
Não sabemos se vamos manter a liderança, e nem estamos preocupados com isso. Ao ganhar a primeira etapa e irmos ao pódio, já foi acima das nossas expectativas. Como costumo dizer, esta (vitória) já ninguém nos tira, e amanhã é outro dia 
Mas o dia não terminou ao cortar a meta. Longe disso. Mais uma vez, e ao contrário das equipas com uma estrutura, depois de irmos ao pódio, pedalámos em direção ao hotel. Mais 7km! E depois a rotina do costume. Tomar banho, esfregar, esfregar, esfregar a roupa. A lama aqui é daquelas que deixa marca.
Depois o lanche improvisado. Ups, esquecemos das colheres! Não faz mal , come-se a papa com as mãos tongue emoticon
Às 16h30 regressámos à zona da meta, mas desta vez de carrinha. Tínhamos a massagem marcada para as 17h30. Mas antes tínhamos que deixar as bicicletas no serviço de lavagem que a organização disponibilizou. Enquanto eles ficaram com as bikes, nós fomos à massagem. Ou melhor, meia hora de festinhas nas pernas!
Depois fomos buscar as Scott à lavagem. Ficámos estupefactos com a qualidade deste serviço! Tanto que tivemos nós que voltar a lavar as bikes numa estação de serviço!
Aqui já pensava: Irra, quando me vir deitado na cama até digo que é mentira!
Por volta das 18h45, e finalmente, já estava deitado. Mas...estava na hora do jantar! Ok, esta é das partes que não faço sacrifício 
Grande barrigada que apanhei! Até fomos em seguida beber uma “manzanilla” para ajudar a digestão.
E chegámos ao atual momento. Em que estou deitado na cama a escrevermos esta crónica. O meu colega já pestaneja com demasiada frequência, lol. 
Amanhã a partida será uma hora mais tarde 10h00, o que nos permite dormir mais uma hora. Yess!!! 
A etapa é também mais curta, mas não menos dura. Objectivo? Novamente, chegarmos ao fim inteiros. Hoje sofri apenas alguns arranhões, o normal do BTT 
Só para terminar. O prato do dia aqui em Jaén foi...Cozido à Portuguesa tongue emoticonAlém da vitória da Team GoldNutrition/Portugal em Master-40, o Luis Pinto vence em elites e equipa da seleção tuga composta por David Rosa e Tiago Ferreira, fazem segundo nesta mesma categoria wink emoticon Parabéns miúdos!
Até amanhã.


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