quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Dia #1 - a ideia



Toda a gente sabe que o Tour de France é a competição de ciclismo de estrada mais conhecida do mundo. A mais mediática, a mais carismática. 
Mas será a mais espetacular?! Na minha opinião, e de muitos outros aficionados do ciclismo, não é. 
Na última década o Giro d’Itália tem proporcionado melhores momentos de espetáculo para quem vê, e até para quem participa. Por alguma razão o grande ciclista Alberto Contador elege o Giro d’Itália como a sua preferida. O Giro não tem o mediatismo, nem a multidão nas bermas das estradas como o Tour, mas a instabilidade das condições climatéricas e sobretudo a escolha dos percursos faz com que haja emoção durante os 21 dias de competição. 

Mas todos os ciclistas sonham é fazer o Tour, e de preferência ser bem sucedido. O mediatismo que existe em volta do Tour, a altura do ano também – verão, férias – faz com que esta seja a competição com bicicletas mais importante do mundo! Possivelmente mais importante até que o próprio campeonato do mundo.

Ok, isto é no ciclismo de estrada, e então no BTT/MTB. Qual a prova mais conhecida do mundo? E qual a mais espetacular?

Julgo que não me vou enganar se disser que o “Tour de France” em BTT será a Cape Epic (África do Sul). Sem dúvida que é mais mediática e julgo que será o “sonho” de muitos betetistas participar nesta prova. A logística, a presença dos media, e todo o aparato envolvido faz lembrar um Tour numa versão reduzida. Os melhores do mundo estão lá, cobertura televisiva com ajuda de helicópteros e muito público (para o BTT), etc, etc.
Mas será a mais espetacular? Na minha opinião, não me parece. 

Apesar de nunca ter feito a Cape Epic, já participei duas vezes na Volta a África do Sul em ciclismo de estrada, mais conhecida por Rapport Tour. Conheço minimamente as paisagens, e depois vou ouvindo o feedback dos portugueses que têm participado. Por tudo isto não vou errar muito se disser que há outras aventuras em BTT com paisagens e trilhos mais espetaculares e até com melhores condições para os participantes e nomeando apenas duas: TransPortugal Race e Craft Bike Transalp. Duas provas que já tive a felicidade de participar, com paisagens brutais, e condições excelentes para os participantes passarem uma semana a conhecer trilhos lindíssimos e boas condições para descansarem e comer. Sobretudo a “nossa” Transportugal. E se fizermos bem as contas, são menos pesadas para a nossa carteira.

Até há bem pouco tempo se me perguntassem se não queria fazer a Cape Epic, eu diria: um ano talvez, mas não é a minha prioridade. Há aventuras bem mais interessantes para fazer. 
Mas nestes últimos dias e depois de participar na minha 11ª Volta a Portugal, comecei a pensar, mas que outras aventuras? Já fiz duas vezes a Transportugal, já fiz também a Transalp, já para não falar da Titan Desert ou até da Brasil Ride, apesar desta última ter feito apenas 4 etapas. Sim, faltam muitas mais: Transpyr, Crocodile Trophee, La Ruta, Transandes, Transrockies, ... Mas por esta ou aquela razão tive que ir eliminando uma a uma estas provas. Ou pela data, ou pelo preço, ou pelas características da prova não serem as que mais me agrade. Por outro lado, há uns dias atrás, fiz uma espécie de sondagem no meu Facebook, e a prova mais votada foi, sem grande espanto, a Cape Epic.

Ok, que seja então a Cape Epic 2015. O meu próximo grande desafio em BTT.

O primeiro passo já está dado. A escolha do desafio. Mas falta “tudo” o resto. Bem, não digo tudo, mas quase tudo.
A Cape Epic é uma prova feita por equipas de dois elementos. Face à minha idade, terei que participar na categoria Master, ou seja, mais de 40 anos, ou como segunda hipótese, participar na categoria Mista, arranjado uma parceira feminina. Mas prefiro a primeira hipótese, pois permite-me andar sempre no limite, como eu gosto  O passo seguinte seria então conseguir um parceiro, que tenha mais de 40 anos e que tenha um ritmo semelhante ao meu e de preferência português, para podermos levar a bandeira nacional no equipamento. Hummm...
Não demorei mais de 15 minutos a lembrar-me de um nome - José Rosa. O atual campeão nacional de maratonas (XCM), antigo ciclista de estrada e que foi ainda foi meu colega no inicio dos anos 90, na equipa Sicasal/Acral.

Tudo isto foi pensado e decidido durante o treino desta manhã enquanto pedalava na Serra da Estrela!  

Mal terminei o treino, enviei uma mensagem ao José Rosa, a perguntar se estava interessado em embarcar nesta aventura. E o Zé responde-me algo do género: “Conta comigo, mas isso traz custos para nós? É que a minha situação financeira nesta momento não me permite gastar em aventuras dessas. Mas temos que falar. Abraço”. 
Pois Zé, compreendo-te, mas julgo que com o teu currículo e os meus conhecimentos, conseguiremos arranjar parceiros para viabilizar a nossa participação. 
De qualquer forma e antes de contactar parceiros, teremos que garantir um lugar na prova. As inscrições “normais” já fecharam em Maio, agora a possibilidade é conseguir um wildcard por parte da organização, atendendo ao nosso palmarés e historial desportivo.
Entretanto também já tratei desse passo. Já enviei para a organização o palmarés de ambos.

Resta agora aguardar a resposta da organização. Depois fazer um orçamento para a nossa participação e começar a contactar potenciais parceiros.

Parece fácil? Nada disso. Mas são estes desafios que me mantêm vivo 

É óbvio que todo este processo, assim como a preparação para este novo desafio será partilhado convosco 

Hoje é o dia #1, o dia em que tudo começou :)

#ImpossibleIsNothing

2 comentários:

  1. Volta Gamito. Estás perdoado!
    O homem tá doido, mas eu vou contigo ater ao fim! Bota zapatilha de btt e haja coração!
    Força Gamito ;)

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  2. Força aos 2, e que consigam ir ao Cape Epic... Costumo acompanhar todos os anos o melhor que consigo... Mas este ano se entrarem estarei ainda mais atento, ainda por mais vai ter como parceiro um conterraneo viseense =D grande atleta esse senhor Jose Rosa, tal e qual como voce!!!!

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